domingo, 21 de novembro de 2010

WEDGES- A importância de uma escolha acertada



Os wedges são uma peça extremamente importante do nosso saco de golfe. Vejo muitos golfistas a comprar wedges, sem fazer ideia das especificações que devem de ter em função da utilização que dão a cada um deles.

Quando compramos um set, normalmente adquirimos do 3 ao PW, ou seja, já ficamos com um wedge no nosso saco. O PW (Pitching wedge) é um wedge que normalmente tem entre 45º e 48º de loft. Só jogadores mais experientes e com bom domínio de jogo curto, preferem o feeling característico dos wedges (no que toca a grooves que geram mais spin), comprando os seus set’s do 3 ou 4 ao 9, para adquirirem em separado um wedge com os graus de loft correspondentes ao PW.

No que se refere à compra dos wedges devemos ter em conta os seguintes factores: 1) qual a utilização que vamos dar aos nossos wedges; 2) de quantos necessitamos; 3) que ângulos de bounce devem de ter, em função da utilização que lhes vamos dar.

Vejamos como exemplo, um jogador que tem um PW de 47º, bounce +8º e quer adquirir mais dois wedges para completar o seu saco e totalizar os 14 tacos permitidos. Que deverá colocar no seu saco? Não é muito aconselhável um lob wedge (58º a 60º de loft) para jogadores iniciados ou de handicap alto, pois os mesmos por serem muito “abertos” exigem mais perícia/experiência para serem jogados. Neste caso, um Gap wedge (50º, 52º de loft) poderá ser o mais aconselhado, acompanhado de um SW (Sand wedge) de 56º de loft.

Escolhidos os lofts dos wedges que vamos tomar como exemplo, fiquemos pelo 52º e 56º, vamos tentar definir a utilização que lhes vamos dar, para decidir os ângulos de bounce que devem de ter. Sei que muitos jogadores não fazem ideia ao comprar os wedges, do que é o ângulo de bounce e da sua importância, determinante (diria eu) para o sucesso dos seus shots.


Normalmente o GAP wedge 52º (podem também ser de 50º ou 54º) é mais utilizado para shots de aproximação ao green de média distância (dos 80 metros para dentro, à bandeira), shots de distâncias mais curtas (chips) e onde necessitamos de fazer a bola subir. São feitos a partir do farway ou rought. Como poderemos estar a jogar de lies mais “apertados”, farways bem cortados e alguns roughts mais “esburacados”, o ângulo de bounce deverá ser mais baixo (por volta dos + 8º bounce) para que o wedge ao tocar no solo, não ressalte e nos faça “topar” a bola. Um bounce +12º, +14º, ideal para lies de rought alto ou bunker, poderá ser “catastrófico” para lies “apertados” ou farways bem cortados (especialmente se não formos jogadores com um bom domínio de jogo curto). Não quer com isto dizer que não os possamos jogar de rought alto ou de bunker, só que os shots serão de mais difícil execução.

No SAND wedge (56º loft), a utilização será feita “preferencialmente” em bunkers de green, para shots de aproximação curtos e/ou lob shots à volta do green de lies de rought médio/alto. Neste caso o ângulo de bounce é aconselhável ser no mínimo de +12º (poderá ir até +14º ou +16º), pois assim teremos uma boa ajuda no bunker (o wedge desliza melhor por debaixo da bola “cortando” a areia) se o mesmo não estiver pesado e molhado. Num rought de maior dimensão, um bounce mais alto, ajuda a “cortar” ao passar o taco, facilitando assim a pancada. Cuidado, se depois pretende fazer um shot curto de aproximação à bandeira com este taco de um lie mais apertado (farway muito cortado, ou terreno mais enlameado), pois pode “topar” a bola, quando o taco ressaltar no chão, fruto do bounce mais alto.

Esta conjugação apresentada, é um exemplo que pode ser uma possibilidade para grande parte dos jogadores. Mas outras podem ser feitas.
Tomemos como exemplo o “Mestre” dos wedges Phil Mickelson que usa além do PW mais três wedges no seu saco. Mickelson usa os wedges 52º, 56º, 60º e 64º de loft, e alterna dentro destes que referi, utilizando sempre três wedges, mais o PW. Utiliza um bounce mais alto no 56º, pois é o que utiliza nos bunkers, e bounces mais baixos nos 60º e 64º, pois assim permite-lhe utilizá-los de todo o tipo de terrenos. E claro, não nos esqueçamos que estamos a falar de um dos melhores jogadores a nível mundial no jogo curto.


Estas “informações” não são regra, pois cada jogador deverá utilizar material com especificações adequadas ao tipo de jogo, mas também de acordo com o seu gosto pessoal. Por exemplo, Ernie Ells joga com um bounce +8º no seu wedge de 58º, pois diz preferir ter menos bounce no bunker (apesar de lhe dificultar o shot), para que nos “approaches de lies mais apertados, lhe seja mais fácil executar a pancada.

Como conclusão, antes de comprar ou substituir os seus wedges, analise a utilização que normalmente lhes dá e decida depois qual o ângulo de bounce que deverá ter cada um deles. Normalmente o ângulo de bounce vem gravado nos próprios wedges.

Não esqueça que os ângulos de bounce se desgastam com a utilização, pelo que deve também de verificar quando se justifica a sua substituição.

Caso deseje estar melhor informado sobre as especificações técnicas para cada um dos modelos que tem disponível no mercado, antes de efectuar a sua compra, visite a web site da sua marca preferida.


Boas tacadas!!!!!!

Fernando Serpa

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