sábado, 1 de outubro de 2011

REGRAS A OBSERVAR, ANTES DE COMPRAR!



Com os meios que temos hoje à nossa disposição, não me parece sensato comprar material de golfe sem que façamos um fitting (por um fitter experiente, claro!). Ter material “feito” à nossa medida/swing não é a chave para a resolução dos nossos problemas, mas ajuda a arrepiar caminho na melhoria do nosso jogo.

Certamente concordam que jogar com ferros demasiado compridos ou curtos para a distância das nossas mãos ao solo, não nos vai facilitar a vida, assim como ter uma vareta no Driver ou Madeira de Fairway desadequada à velocidade do nosso swing fará com que seja difícil encontrar o caminho certo para o fairway. O mais certo é descobrirmos o “caminho das pedras”.
Contudo, muitos de nós não recorremos a serviços de fitting antes de comprar o nosso material (o que é um erro) e fazemos as ditas compras por impulso, baseados no facto de termos batidos uns shots com o Driver novo de um nosso amigo, ou termos feito um ou dois putts com aquele modelo. Pois bem, podemos pelo menos observar alguns cuidados básicos antes de comprar o nosso material, que nos podem evitar alguns dissabores e uns euros deitados fora.

Na compra do Driver ou Madeira de Fairway a vareta e o loft são os factores mais importantes no momento da escolha. Os amadores em geral jogam com loft a menos e com varetas desadequadas ao seu swing. O ângulo de lançamento é determinante para um bom voo de bola (carry), pelo que deve sempre de optar por um loft que ajude a colocar a bola no ar. A velocidade do swing é que determinará qual a flexibilidade da vareta, “motor” da Driver ou Madeira de Fairway, assim com os níveis de spin,kick point” (ponto onde dobra) e de torção necessários para potenciar a maior distância com precisão, assim como o seu.
Se tiver um swing lento ou tendencialmente lento, procure uma vareta flexível (regular ou até sénior se for caso disso). Deverá ser “low kick” (quando pressionada dobra no final junto à cabeça do Driver ou Madeira de Fairway), para lhe “ajudar” a por a bola no ar. Deve de associar essa vareta a uma cabeça de 10,5º, 11,5º ou até nalguns casos 13º. Não pense que mais “graus” de loft corresponde a menor “virilidade”, pois pelo que sei, ainda nenhum estudo o revelou. Quanto ao torque (torção da vareta sobre si mesma durante o movimento do swing), para um swing lento, o mesmo deve ser superior a 4,2º. A relação velocidade de swing/torque é fundamental, para não termos a sensação que estamos a bater com uma “barra de ferro”. Se tivermos uma velocidade de swing lenta e estivermos a jogar com uma vareta de torque 2,1º (como exemplo), vamos sentir uma dureza extrema nas mãos e não vamos conseguir distância.

Se for um jogador com uma velocidade de swing média ou média/rápida, já pode procurar uma vareta de Kick point Low/Mid ou Mid, torque entre 3,2º e 3,8º e possivelmente um loft entre 9,5º e 10,5º. Uma flexibilidade Stiff é já possivelmente nalguns casos, adequada.
Se pelo contrário for portador de um swing muito rápido, então pode certamente optar por uma vareta com um Kick Point Mid/High ou High, torque abaixo de 2,9º e de flexibilidade Stiff ou mesmo Extra-Stiff.

As senhoras têm neste caso a vida facilitada. As marcas oferecem normalmente uma versão Lady (L flex), com loft 10,5º, 11º, 12 ou 13º (em casos excepcionais alguns fabricantes chegam a produzir Drivers com 15º, para ajudar as jogadoras iniciadas), de torque mais elevado (acima dos 4,5º), com uma grande flexibilidade e de Kick point Low. Contudo, algumas jogadoras de swing mais rápido, podem e devem considerar uma vareta de flexibilidade Sénior ou mesmo Regular, se a mesma melhor se adaptar ao seu swing.

Nas Madeiras de Fairway e caso sinta que a distância entre a sua Madeira 3 (15º) e 5 (19º) é muito similar, opte por colocar só uma Madeira de Fairway no saco, sendo que neste caso uma Madeira 4 (17º) faz mais sentido. Tem o comprimento da vareta da Madeira 5 (mais fácil de bater) com um loft mais forte.

Em relação ao Set de ferros, a opção ferro 4 ao PW, colocando um híbrido no lugar do sempre difícil de bater ferro 3 é a mais adequada. Vareta de aço ou grafite devem de ter sempre em conta a velocidade de swing do jogador, apesar de que hoje em dia temos à disposição varetas de aço muito leves (85gr/90gr) que nos oferecem mais precisão nas pancadas, com bastante conforto. Aqui mais uma vez e tal como nas varetas dos Drivers/Madeiras de Fairway e Híbridos, o torque e “kick point”, são elementos fundamentais a ter em conta. Em qualquer dos tacos que temos no saco (à excepção do putter, claro), no voo de bola é sempre importante que tenha um bom ângulo de lançamento, spin moderado (quanto maior a velocidade de swing, menor deve de ser o spin, mas tendo sempre em conta que necessitamos de spin para fazer voar a bola). Os lies são de extrema importância nos ferros, pelo que se comprar um Set standard na loja, esse factor vai ser descurado. A análise estática dos lies (ver se o taco fica quando no address com o bico levantado ou muito junto ao chão) é errónea, pois os lies têm de ser analisados quando o ferro passa no chão no impacto na bola. Um swing mais uprigth ou mais flat, fará com que a base do taco passe junto ao chão de forma distinta. Mesmo depois de comprar o seu Set de ferros pode pedir uma análise aos lies, sabendo de antemão, que caso os seus ferros não sejam forjados, não os vão alterar mais do que 1º (a menos que seja à sua responsabilidade) pois podem partir.
Os wedges devem de estar sempre 1º flat em relação ao lie do seu PW e a opção das varetas Wedge Flex nunca o fará incorrer num erro muito grave. Caso jogue com varetas de grafite nos seus ferros, o facto de ter uma vareta de aço nos wedges não é relevante, pois estamos sempre a falar de shots de precisão e não de distância.

Finalmente o putter. No putter temos de ter primeiramente em atenção o comprimento. Os olhos devem de no address estar em cima da bola, com os braços relaxados. A partir daí, determina-se o comprimento do putter. Jogar com um putter de 35” quando se necessita de 33”, fará com que joguemos com os braços encolhidos, ou então deixemos um bom bocado de grip fora das mãos, que certamente (no Inverno com casaco de chuva vê-se muito) vai “embirrar” com a nossa barriga.
Determinar o movimento de swing de putter é fundamental para escolher o putter correcto. Se temos um movimento de back e front swing muito linear, poderemos jogar com um putter centre-shaft, mas se fizermos um movimento de semicírculo um heel-shaft (offset e peso da cabeça a determinar consoante a bola vá mais à esquerda ou direita do buraco) será certamente o mais aconselhado.

Deixo como nota final, que deve de procurar sempre adquirir material que seja “fácil” para poder progredir mais facilmente, obter melhores scores e assim e desfrutar mais deste maravilhoso desporto que nos vicia e apaixona.


Espero que estas indicações possam ajudar a uma escolha mais acertada. E nunca se esqueça, O material, deve de ser adaptado ao seu swing. Nunca o seu swing, se deve adaptar ao seu material”.


Boas tacadas!!!!!!

Fernando Serpa
fserpagolfe@sapo.pt


1 comentário:

  1. Já li muitos artigos sobre temas,mas nunca com tanta clareza. Tenho um "set" que adquiri quando me iniciei neste desporto fantástico. Verifiquei de imediato que não estava a adquirir o mais indicado para mim e para o meu jogo. Comprei o que o "profissional" tinha para vender. Na altura não dei muita importância ao assunto, pois queria era bater bolas. Hoje e vindo a minha condição de saúde a degradar-se e após ter trocado o meu "drive" por um Callaway FT-i com uma vareta regular, o que me proporcionou obter mais cerca de 20 a 30 metros. Substitui também a vareta da madeira 5, tendo ganho 15 a 20 metros. Os ferros que tenho como disse sãos os mesmos desde à sete anos. Penso que me faz falta um rescue, o que me aconselha?

    Antecipadamente grato pela atenção

    Abraço
    Carlos Jordão

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