Sempre ouvi dizer que Titleist é para quem “bate na bola”! Talvez por isso, a marca desperte tanta curiosidade nos jogadores de golfe em geral, independentemente do seu nível de jogo.
É certo que quando olhamos para o saco de um jogador com material Titleist, somos tentados de imediato a pensar que “é jogador”. Não é uma marca que produza tacos “game improvament”, tendo ao longo dos tempos na sua gama, material que privilegiava a performance em detrimento da facilidade de utilização. Não estou com isso a dizer que a Titleist fabricava ou fabrica material “indomável”, pois eu próprio, jogador de parcos recursos, baixei significativamente o meu handicap (de hcp 18 para 10) jogando com magníficos Drivers e Ferros Titleist.
Nos últimos anos e referindo-me neste artigo de opinião exclusivamente aos Drivers Titleist, fomos brindados com os 907 D1 e D2, depois com os 909 D2, D3 e D COMP e agora com os novíssimos 910 D2 e D3.
Faço esta cronologia nos modelos, não porque queira entrar em detalhes técnicos, que além de aborrecidos de ler podem ser consultados no site oficial da marca, mas para referir algo que me parece interessante na evolução destes modelos e que com o lançamento dos 910 lançou uma pergunta (eu ouvi da boca de muita gente) para o ar: “ A Titleist já não faz Drivers “fáceis” como o 907 D1 e o 909 D COMP?
O 907 D1, com o seu formato triangular (de gosto duvidoso para muitos e em especial para os puristas), posicionava o centro de gravidade baixo e bem atrás na cabeça, favorecendo um maior ângulo de lançamento da bola e maior “perdão” nos shots descentrados, em comparação com o seu “irmão” 907 D2. Tornava-o assim mais fácil de utilizar. Os jogadores com maior capacidade de “dominar” o seu swing optavam pelo 907 D2, mas a versão D1 veio abrir portas à utilização por parte de jogadores que até aí não ousavam utilizar Drivers Titleist.
A seguir na gama 909, no modelo 909 D COMP a Titleist introduziu o “composite crown”, com o objectivo de ao reduzir o peso na coroa do Driver, realojar o peso mais baixo e atrás, para com isso optimizar o Centro de Gravidade. Dessa forma, continuou a abrir portas aos jogadores que não sendo portadores de swings sólidos e consistentes, queriam beneficiar da utilização de um Driver da marca. E claro, com um formato mais tradicional.
Porque é que a Titleist abandonou então a versão D COMP na sua nova gama 910? Será que quis deixar de fora, todos aqueles jogadores que conquistou com os seus modelos “mais fáceis” das gamas anteriores?
A resposta é não. Os novos 910, beneficiam da utilização de uma nova tecnologia de moldagem que permite obter uma coroa de titanium “super-fina”, conseguindo assim os mesmos resultados da “composite crown” do 909 D COMP, com a vantagem de utilizarem um só material na sua construção.
A juntar a tudo isto, a Titleist resolveu inovar (confesso que me surpreendeu por tê-la como uma marca tradicionalista) e introduziu na gama 910 o sistema “SureFit Tour hosel technology”. Internamente a Titleist chama-lhe o "tour-van-in-a-hosel". É fácil de perceber porquê. Com este sistema, a Titleist coloca à disposição de todos quantos comprem os seus Drivers 910, a possibilidade de o mesmo ser ajustado de acordo com as especificações que melhor se adeqúem ao seu swing. Estas possibilidades de “tunning” às características do jogador, até aqui só eram possíveis ou no camião que acompanha os jogadores profissionais do Tour, ou nos seus Centros de Fitting autorizados.
Este sistema permite modificar o loft do Driver entre -0,75º a +1,5º alterando assim o ângulo de lançamento da bola, assim como modificar o lie de + 1,5º (uprigth) a -0,75º (flat), proporcionando desta forma um voo mais em Draw ou Fade, conforme necessário.
As principais diferenças entre os modelos 910 D2 e D3, seguem a mesma linha do que em anteriores versões. O D2 tem uma cabeça de 460 cc, enquanto que a versão D3 tem uma cabeça de 445 cc, além de uma face mais alta. Na versão D3, consegue-se gerar menos spin, trabalhar melhor a bola, mas por isso é mais adequada a jogadores dotados de melhor técnica de swing.
Uma palavra a todos aqueles que vão optar pelo Driver Titleist 910, que geram muito spin nos seus shots de Driver e que por isso estão tentados a optar pela versão D3. Só o façam se forem portadores de um swing consistente, sólido e com um nível de técnica elevada. Existem outras formas de reduzir o spin gerado na bola, que não a utilização de uma cabeça manifestamente mais “difícil” de bater. Um Fitter experiente, certamente aconselhará a utilização de uma vareta adequada para o efeito, utilizando assim a cabeça da versão D2.
As características das cabeças destes dois modelos são:
Uma palavra final para as excelentes varetas que equipam de origem estes dois modelos, nas habituais flexibilidades.
Na versão 910 D3, a Titleist disponibiliza de série a Aldila RIP 60, Project X Tour Issue X-7C3, Mitsubishi Rayon Diamana ‘Ahina 72 for Titleist e por último a Mitsubishi Rayon Diamana Kai’li 65 for Titleist.
Na versão 910 D2, encontramos de série as mesmas varetas que na versão 910 D3, acrescida da Mitsubishi Rayon Diamana ‘Ilima 61 for Titleist.
Caso não encontre nestas varetas de série a adequada para o seu swing, a marca disponibiliza um vasto conjunto de varetas “custom”. Um Driver só é um bom Driver, quando encontramos a combinação cabeça/vareta, que se “encaixa” no nosso swing.
Testei ambos os modelos e confesso que após “afinar” estas armas para o meu swing, me senti muito confortável a utilizá-las. No meu caso, a versão 910 D2 adequa-se melhor, pois o meu swing precisa de toda a ajuda possível.
Tal como em Drivers da concorrência que utilizam sistemas de afinação similares, se o jogador estiver apoiado por um Fitter experiente, encontrará não só a vareta mais indicada ao seu swing, como a afinação do sistema SureFit mais adequada. Após a mesma estar encontrada, quando falhar uns “shots” resista a alterar as especificações do mesmo, ao pensar que a culpa está no material e não no swing. Mais cedo ou mais tarde vai aperceber-se que, como se costuma dizer, a culpa é do índio e não da seta.
Vai decerto encontrar neste novo Driver da Titleist, uma versão, uma vareta, um loft e as afinações indicadas para si.
Boas tacadas!!!
Fernando Serpa
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