Moda ou mais-valia?
Existem diversos tipos de putter, mas no que toca a comprimento, podemos encontrar 3 categorias de putter. Os convencionais, os Belly putter e os Long putter (putter vassoura / broomstick putter).
Certamente já reparam que hoje em dia na PGA Tour ou no European Tour, é muito comum, para não dizer que está na moda, ver jogadores a usar Belly putter.
Jogadores com Fred Couples, Vijay Singh e Ernie Els, ícones do Golfe Mundial estão a usar este tipo de putter. Mas para que não se pense que são só os jogadores “maduros” a usá-los, jovens rookies também já os adoptaram, tais como Keegan Bradley e Bill Haas, entre outros.
Vou falar concretamente dos Belly putter, pois são estes que recentemente mais adeptos conquistaram, sendo que no Seniors Tour encontramos mais os Long putter.
Mas como podemos definir um Belly putter? Um Belly putter é um putter convencional com uma vareta mais longa, que vai “ancorar” no abdómen do jogador de golfe, servindo-se do mesmo para sustentar o movimento pendular ao efectuar a pancada.
A forma e a função de um Belly putter são muito similares à de um putter convencional, inclusivamente na postura/stance e tipo de grip (Mais à frente farei algumas considerações sobre o grip a utilizar). O comprimento varia consoante a estatura do jogador, mas situa-se normalmente entre 38 a 47 polegadas para os Mid- Belly e Belly putter.
Os Belly putters geraram alguma controvérsia quando começaram a aparecer no circuito profissional, pois são o único taco de golfe que têm uma ligação entre a vareta e o jogador, no caso com o abdómen. Todos os outros tacos têm as mãos como ponto de ligação ao jogador. Contudo os Belly putters são legais à luz das regras do golfe.
Mas estão na moda ou são realmente uma mais-valia?
Os Belly putter apresentam vantagens para quem tem um movimento excessivo de mãos/pulsos. A estabilidade adicional que se consegue com a ancoragem do putter contra o abdómen, ajuda a efectuar um movimento pendular mais sólido e por consequência mais direito. Representam também uma ajuda preciosa para quem sofre dos malfadados “yips” (tremuras).
Para que não estivesse a falar somente sobre conceitos e teorias e pudesse realmente dar a minha opinião sobre este tipo de putters, resolvi colocar no meu saco um Belly putter, mais concretamente um Mid-Belly, pois o ponto de ancoragem entre o putter é o meu corpo é feito na região umbilical. Treinei e joguei torneios com este putter, para verificar quais as vantagens e desvantagens que sentia, em treino, mas essencialmente sobre a pressão de torneio.
As vantagens são claras. Maior estabilidade, movimento pendular perfeito (os ombros trabalham pendularmente, retirando muita da intervenção de mãos que muitas vezes sinto no putter convencional), excelente feel e excelente noção de intensidade de pancada nos putts longos, assim como uma excelente visualização da linha de putter no address, fruto de uma posição de stance mais alta.
Como desvantagens, posso antever um período mais longo de adaptação para alguns jogadores (felizmente não foi o meu caso), algum desconforto inicial nos putts curtos (entre 1 a 2 metros), podendo gerar alguns falhanços comprometedores e geradores de perda de confiança.
Consegui ultrapassar algum desconforto nos putts curtos, utilizando o grip de “garra”, sendo que nos putts longos, utilizo o grip convencional de duas mãos.
Fiquei muito satisfeito com o facto de ter colocado no meu saco um Belly putter para testar e escrever este meu artigo de opinião, pois os resultados foram deveras encorajadores e estou sinceramente a equacionar deixá-lo ficar.
Se sofre com a uma intervenção excessiva das mãos/pulsos com o seu putter convencional, ou se por acaso sofre de “yips”, experimente este tipo de putter e veja se consegue melhorar. Esta mudança nalguns casos pode significar uma melhoria significativa no score final.
Foi-me dito por um amigo que me viu a jogar/testar o meu Mid-Belly putter, que existia uma outra categoria de putters que eu desconhecia. Os Big- Belly. Mas afinal a Big-Belly a que se referia era à minha barriga! Coisas da vida!
Boas tacadas!!!
Fernando Serpa
Boa tarde
ResponderEliminarTenho lido, especialmente em sites estrangeiros, da mais que provável não aprovação no futuro,dos putters com apoio, como é o caso dos belly putter.
Confirma-se isso?
Um abraço
Boa tarde, não me parece que a proibição venha a ocorrer. Parece-me uma falsa questão que só se tornou relevante após o ano passado jogadores que utilizam Belly Putters terem ganho a Fedex Cup e um Major.
ResponderEliminarPara já não existe nenhuma alteração.
Abraço,
Fernando Serpa
Caro Fernando, como sabe respeito muito as suas opiniões bem como os seu concelhos mas neste assunto permita-me discordar, pois partilho da opiniao de alguns jogadores que este tipo de putter distorce a ideia do original.
ResponderEliminarUm abraço
Carlos Duarte
Caro Carlos Duarte, ainda bem que existe a possibilidade de podermos discordar, pois é saudável e enriquecedor. Assim podemos trocar pontos de vista e da boa discussão, é que se faz luz.
ResponderEliminarComo sabe os Belly Putter e Bromstick Putters já são usados à muito tempo. Porque é que só agora se está a fazer tanto "barulho" mediático sobre eles? Eu referi que só após o ano passado jogadores jovens terem ganho um Major e a Fedex Cup é que esta questão se começou a levantar de uma forma mais regular.
Eu acho que o golfe como tudo na vida tem de evoluir e se os Belly Putters vierem melhorar os resultados no golfe, pessoalmente não tenho nada contra.
Como sabe o material de golfe evoluiu muito ao longo dos anos e hoje para mim se haveria de colocar limitações seria a nível das bolas.
Como se pode constatar semanlmente nas transmissões da PGA e do European Tour, cada vez vemos mais jogadores jovens com belly Putters. E se estivermos atentos, verificamos que as vozes discordantes vêm de sectores mais conservadores do Golfe. Contudo, grandes ícones do Golfe Mundial, como Fred Couples e Ernie Els usam belly putters.
E então eu pergunto se usar um putter com a shaft mais comprida encostada ao braço também deve de ser banida?
Um abraço e obrigado pelo seu comentário.
Fernando Serpa