Fui contactado pelo Ricardo Melo Gouveia para que lhe fizesse um fitting quando chegasse a Portugal vindo dos Estados Unidos, onde actualmente estuda e joga golfe.
Fiquei surpreendido mas lisonjeado pelo seu pedido, pois além de um dos melhores jogadores amadores Portugueses da actualidade, é um jogador apoiado pela marca Ping e como tal, tem acesso às facilidades que a marca lhe disponibiliza.
É sempre gratificante trabalhar com jogadores do nível do Ricardo, especialmente quando estamos a falar de alguém que pelo seu valor desportivo foi recentemente distinguido pela Associação dos Treinadores de Golfe Universitários dos E.U.A com o prémio Phil Mickelson, que premeia “o caloiro” do ano.
O Ricardo já não fazia um fitting à algum tempo, o que na sua idade normalmente faz com que as especificações do material com que joga, fiquem rapidamente desadequadas relativamente às alterações morfológicas e de swing, resultantes do seu crescimento e desenvolvimento técnico.
Da análise feita ao material com que jogava, dois aspectos ressaltaram. Um ângulo de lançamento muito baixo no Driver, fazendo com que não potenciasse o melhor “carry” (voo de bola), assim como um spin acima do desejado. A vareta que estava a usar, não era adequada ao seu swing, gerando um voo de bola ligeiramente cortado e muito baixo. A distância não era neste caso o factor mais importante, pois o Ricardo conseguia mesmo com o Driver que utilizava uma distância excelente. Passamos de um Driver Ping I15 com 9,5º de loft e vareta Mitsubishi Diamana Blue Stiff, para um Driver Ping I15 com 11º de loft com a vareta Mamiya Axivcore Tour Red 69 STIFF. Com esta alteração, conseguimos reduzir em cerca de 1.000 RPM o spin gerado, passar o ângulo de lançamento da bola no Driver de 9º para 11,3º e assim potenciar um voo de bola mais adequado, com maior precisão. A madeira 3 Ping modelo I15 de 14º, assim com o híbrido I15 de 17º, foram equipadas com a Mamiya Axivcore Tour Red 79 STIFF e 85 STIFF respectivamente.
No seu Set de ferros Ping S56, o problema detectado eram os shots descentrados da face, com consequente inconsistência e perda de distância. A colocação de umas varetas True Temper Dynamic Gold S300, devolveram ao Ricardo a possibilidade de efectuar os shots centrados na face dos ferros, a distância e precisão perdidas e acima de tudo a confiança necessária para efectuar swings repetidos com a certeza de um bom resultado. Claro que para tudo isto se verificar, tem de existir uma técnica e um swing que o possibilite, caso contrário estava ao alcance de todos, o que como sabemos não é verdade.
Novos Wedges Ping Tour-S com 52º e 58º, aqui com a nuance de no wedge de 58º colocar uma vareta True Temper Dynamic Gold S400. O Lob/SW Wedge deve de beneficiar de uma vareta um pouco mais “rija”, pois os shots efectuados de approuch ou bunker, são pancadas de precisão e não de distância, pelo que o jogador beneficia com uma vareta mais dura (Stiff).
Por fim, efectuei um fitting ao putter. O putter que é o taco que mais diferença faz entre um bom e um mau score, é quase sempre o mais descurado pelos jogadores no que concerne à adequação do mesmo às suas especificações. A opção face ao tipo de movimento efectuado, recaiu no Ping SCOTTSDALE – Craz- E Too de 34”, beneficiando assim de um melhor enquadramento da face no momento do impacto na bola, saindo a mesma com um melhor rolamento e com a trajectória definida pelo jogador.
Perguntei ao Ricardo qual a importância deste fitting e se tinha ficado satisfeito, ao que respondeu:
“Este fitting foi muito importante para mim, pois o último que fiz foi já há algum tempo o que não pode acontecer a este nível. Foi também muito importante porque já andava a sentir á muito tempo que os meus tacos não estavam apropriados para mim. Tinha perdido alguma distância e precisão.
Gostei muito do resultado final do fitting e espero que isto me ajude para o futuro. Queria agradecer muito á disponibilidade do Fernando Serpa que me tem tentado ajudar-me em tudo o que pode.”
A minha satisfação é a poder de alguma forma contribuir para que o Ricardo possa ter o material adequado para estar ao seu melhor nível, dignificando como até aqui tem feito o golfe português além fronteiras e acima de tudo construindo uma carreira que o orgulhará, mas também a todos nós que gostamos dele, de golfe e das cores da nossa bandeira.
Quero aproveitar para agradecer à My Golf na pessoa do seu sócio gerente, por me ter disponibilizado o material de fitting da Ping, assim como o seu sistema launch monitor e ball tracking FlightScope Kudu. Sem este apoio, este trabalho não tinha sido possível.
Fernando Serpa
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